sexta-feira, 9 de dezembro de 2011


Há poucos dias, o Partido Comunista da Federação Russa (PCFR) alcançou um importante resultado nas eleições legislativas. Apesar da fraude eleitoral, a burguesia daquele país não conseguiu esconder o avanço dos comunistas. Oficialmente, o PCFR obteve 12,5 milhões de votos, mais de 19 por cento, e passou de 57 para 92 deputados. Em conferência de imprensa, dirigentes comunistas acusaram o partido Rússia Unida, de Vladimir Putin e Dmitri Medvedev, de se ter “apoderado de 12 a 15 por cento dos votos”.
Há dados muito interessantes. Por exemplo, no oblast de Irkutsk, o PCFR passa de 10,7 para para 27,8 por cento. Em Novosibirsk, de 16,4 para 30,3. Em Nizhny Novgorod, de 12,7 para 29. E nas duas principais regiões, Moscovo e Leninegrado, os comunistas sobem, respectivamente, de 14,1 para 26,6 e de 10,8 para 17,3 por cento.
Aos protestos contra a fraude eleitoral, o governo respondeu com a violência. Destacamentos completos da polícia russa foram mobilizados para Moscovo e, desde domingo, já foram efectuadas mais de mil detenções. Mas a indignação alastra-se por todo o país e ameaça provocar uma crise política sem precedentes desde os anos posteriores ao fim da URSS. À oligarquia que cresceu e engordou com a derrota da experiência socialista acabou-se-lhe o estado de graça.
Quando passam 20 anos daquela fatídica data, os resultados da recuperação capitalista nas ex-repúblicas socialistas soviéticas estão à vista. Não são apenas as eleições e as sondagens, apesar das manipulações, que denunciam o descontentamento do povo russo. Os índices sociais e económicos revelam a tragédia que representou o fim do socialismo para milhões de trabalhadores.

Vinte anos depois, o comunismo não morreu!

Vinte anos depois, o comunismo não morreu!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Relembrar Joaquim Carreira

A Liberdade que ainda temos hoje, não caiu do céu, ela foi o resultado do 25 de Abril e da luta continuado do povo Português ao longo de 48 anos de Ditadura fascista , na Marinha Grande essa luta teve um grande numero de rostos, Joaquim carreira foi sem qualquer duvida um dos seus expoentes máximos, recordar Joaquim Carreira dia 28 de Outubro é recordar o dia em que foi preso pela ultima vez pelo regime fascista, mas também é recordar o boicote ás ultimas eleições Fascistas na nossa terra.

sábado, 22 de outubro de 2011

Joaquim Carreira

A pura dedicação à luta dos trabalhadores

Testemunho de Carlos Brito

Conheci o Joaquim Carreira na cadeia da PIDE de Caxias, na minha terceira prisão, em 1959.

Nessa altura, as cadeias da PIDE estavam superlotadas pelas centenas de prisões efectuadas no rescaldo da campanha de Humberto Delgado e em consequência da repressão das greves políticas de protesto contra a burla eleitoral que roubou a vitória ao General.

Na própria sala onde nos juntámos, a PIDE tinha concentrado mais de uma dezena de funcionários do PCP, contra tudo o que era habitual por causa do receio das fugas.

Lembro-me que apesar de ali se encontrarem destacados dirigentes comunistas como José Magro e Rogério de Carvalho, a figura do jovem revolucionário louro, chamado Joaquim Carreira, dava nas vistas logo no primeiro contacto.

Percebi que isso acontecia, porque não era homem para ficar calado, mesmo quando os mais velhos sentenciavam, e sobretudo pela veemência com que se pronunciava.

Apesar de haver entre nós uma certa diferença de idade, ele mais velho, éramos os dois dos mais novos da sala, embora já com bastante experiência e responsabilidades partidárias. Criámos com um outro camarada, também dos mais novos, um grupo de animação cultural e humorística que semanalmente arrancava com um serão em que depois todos participavam. Foi assim que além de camaradas nos tornámos amigos e partilhamos confidências. Nas falas dele, o filho Alberto vinha sempre à baila e um dia também veio o nome da mãe, Fernanda Tomaz, sua companheira e por quem estava visivelmente apaixonado. Foi então a minha vez de lhe dizer que a Fernanda tinha um imenso prestígio e deixou grandes saudades entre os estudantes de esquerda de Lisboa, quando passou à clandestinidade, muito nova, no início dos anos cinquenta.

O Joaquim Carreira também passou à clandestinidade muito novo, pouco mais do que adolescente, e fez um percurso especialmente duro nos quadros do PCP, passando pelas tipografias, incluindo como tipógrafo, e também na qualidade de funcionário de organização em zonas bastante tocadas pela PIDE. Mas ele falava com uma certa vaidade desta dureza que fazia parte daquilo que entendia ser a condição de revolucionário. Tinha esta condição entranhada no espírito, desde criança dizia, como verdadeiro filho do proletariado da Marinha Grande, pois assim se considerava e assim falava das lutas dos operários do vidro, comovendo-se até às lágrimas.

Quando lhe nasceu o filho pôs-lhe, é claro, o nome de Alberto, que era o pseudónimo partidário de José Gregório, operário marinhense dos mais ilustres, participante do 18 de Janeiro, e que foi um dos principais dirigentes do PCP desde da reorganização do início dos anos quarenta até quase aos meados dos anos cinquenta, altura em que adoeceu gravemente.

Joaquim Carreira foi preso em 1958, num momento em que a PIDE raivosa com o crescimento da oposição ao regime estava a aplicar a tortura do sono até ao limite da sobrevivência. Carreira foi submetido a este suplício extremo durante vários dias e noites e a PIDE tudo fez para o vergar. Não conhecia a têmpera do revolucionário que tinha pela frente, que tudo enfrentou com a maior coragem, recusando-se a fazer qualquer declaração.

Em princípios de 1960, fizemos parte, ambos, do grupo de funcionários do Partido que a PIDE enviou para Peniche, mesmo sem estarmos julgados, o que era anormal, para ocuparmos as celas deixadas vazias pela fuga de Álvaro Cunhal e dos outros dirigentes do PCP..

Fomos submetidos durante anos a um regime de perseguição vingativa que se traduzia na frase que nos foi transmitida pelo chefe dos Guardas logo à chegada: «é proibido tudo aquilo que não for expressamente autorizado.»

Era proibida qualquer espécie de solidariedade entre os presos, sob o pretexto da liquidação da «comuna»; era proibida qualquer contacto com as camas desde os apitos da alvorada até aos apitos do recolher, a pretexto de os lençóis terem sido usados pelos fugitivos para fazer cordas; em regime celular de isolamento, éramos sujeitos a «convívios» em que era proibido falar; era proibida e entrada de livros que não fossem manuais escolares do ensino oficial, salvo autorização especial do director.

A propósito destas autorizações, o Joaquim Carreira foi o protagonista de um episódio que refiro num dos meus livros. Fez um requerimento ao director para poder receber um livro da história da Grécia, que tratava do período do Helenismo. O director não autorizou. O Carreira reclamou e pediu-lhe uma entrevista. O director acedeu para lhe dar uma lição, dizendo:

«Eu aprecio que os senhores se instruam para a futura reinserção na sociedade quando terminarem o vosso castigo. Mas não percebo que interesse tem para um operário um livro sobre o helenismo. Lá diz o evangelho: “não suba o sapateiro acima do chinelo.»

O Carreira respondeu-lhe: «Eu não sei se senhor director lê jornais, mas se lê há-de reparar que no tempo das revoluções socialistas, que é o nosso, os operários tem um papel no mundo que nada tem a ver com o sapateiro do evangelho.» O director remoeu e passados uns dias autorizou o livro, talvez

para mostrar que lia jornais.

Mas nem sempre as coisas acabavam assim. De espírito naturalmente rebelde e independente, chocava-se permanentemente com a teia de proibições que nos cercava e lá vinham os gritos e as admoestações dos guardas e os castigos do chefe que lhe infernizavam a vida. Nunca, porém, virava a cara aos perigos.

Como se sabe, em qualquer cadeia e fosse qual fosse o regime, os comunistas organizavam-se clandestinamente. Em Peniche funcionava uma organização prisional, com a sua direcção e organismos em todos os sectores prisionais, que os carcereiros queriam manter separados em compartimentos estanques. Uma das principais tarefas era a manutenção das ligações desta rede organizada, o que implicava imaginação e riscos. Pois o destemido Carreira queria sempre chamar a si esta tarefa.

Enquanto estivemos juntos em Peniche constituímos os dois, com um terceiro camarada que foi alterando, o organismo partidário do nosso sector. Este além de dirigir a luta prisional no sector, em ligação com a direcção, tinha que pronunciar-se sobre quadros, apreciar

informações sobre o porte na polícia, intervir na solução de problemas humanos dos camaradas sob o nosso controlo. Conheci por isso muito bem as concepções do Carreira. O que mais me surpreendia é que ele conciliava aquela maneira veemente e frontal de intervir, às vezes até um pouco rude, com uma enorme compreensão pelas dificuldades alheias, ausência de sectarismo e grande independência de opinião, o que obrigava a discussões demoradas e a que as decisões nunca fossem burocráticas.

Ele saiu da cadeia uns largos meses, antes de eu próprio ser posto em liberdade. Quando sai, mal contactei os camaradas em Lisboa, foi-me transmitido o convite para um piquenique por ele organizado na Marinha Grande. Desrespeitando as normas da liberdade condicional em que me encontrava, não hesitei e lá fui. Realizou-se um dia de excelente e encorajadora confraternização de ex-presos políticos e outros camaradas. O melhor de tudo foi ver que o Carreira reorganizava a sua vida na companhia da Rosinda.

Passado pouco tempo depois de libertado, eu passei de novo à clandestinidade e só nos voltámos a ver após o 25 de Abril. Na última vez que estive na Marinha Grande referiu-me com amargura as suas crescentes dificuldades com o Partido. Não me admirei, eu próprio também as tinha, mas pensei que, no caso do Carreira, o Partido levaria em conta a sua vida, que foi de pura dedicação à luta dos trabalhadores.

Como conclusão deste testemunho, é preciso, no entanto, dizer mais:

Revolucionário desde menino, como ele próprio se considerava, Joaquim Carreira foi um comunista a vários títulos exemplar.

Aliava a grande firmeza de convicções à larga abertura para as opiniões alheias; tinha inabaláveis certezas quanto ao futuro comunista da sociedade humana, mas não resistia a interrogar-se sobre as grandes etapas da marcha para esse futuro; entregou desde muito cedo a sua vida ao PCP, mas por isso mesmo tinha em relação a actividades deste uma permanente e salutar apreciação crítica e autocrítica; conservou até ao fim da vida uma lúcida independência de opinião, que é um valor revolucionário dos mais importantes.

Carlos Brito

terça-feira, 14 de junho de 2011

Hasta Siempre

Hasta Siempre Comandante

"O socialismo não é uma sociedade beneficente,não é um regime utópico, baseado na bondade do homem como homem.O socialismo é um regime a que se chega historicamente e que tem por base a socialização dos bens fundamentais de produção e a distribuição eqüitativa de todas as riquezas da sociedade, numa situação de produção social.Isto é,a produção criada pelo capitalismo: as grandes fábricas, a grande pecuária capitalista, a grande agricultura capitalista,os locais onde o trabalho humano era feito em comunidade, em sociedade; mas naquela época o aproveitamento do fruto do trabalho era feito pelos capitalistas individualmente, pela classe exploradora, pelos proprietários jurídicos dos bens de produção."

segunda-feira, 9 de maio de 2011

terça-feira, 8 de março de 2011

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Nos 50 anos do inicio da Luta Armada, do Povo Angolano, contra o regime Colonial e Fascista de Portugal...

Havemos de voltar

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Ás casas, às nossos lavras
às praias, aos nossos campos
havemos de voltar

Às nossos terras
vermelhas de café
brancas de algodão
verdes dos milharais
havemos de voltar

às nossas minas de diamantes
ouro, cobre, de petróleo
havemos de voltar

Aos nossos rios, nossos lagos
às montanhas, às florestas
havemos de voltar

À frescura da mulemba
às nossas tradições
aos ritmos e às fogueiras
havemos de voltar


À marimba e ao quissangue
ao nosso carnaval
havemos de voltar

À bela pátria angolana
nossa terra, nossa mãe
havemos de voltar

Havemos de voltar
À Angola libertada
Angola independente Agostinho Neto, 1º Presidente de Angola Independente

Cadeia do Aljube de Lisboa
Outubro de1960

domingo, 23 de janeiro de 2011