sábado, 26 de abril de 2014

Serei eternamente grato aos Capitães de Abril

Na passagem dos 40 anos do 25 de Abril, não tenho dúvidas em afirmar, Serei eternamente grato aos Capitães de Abril.
No entanto vou escrever algumas linhas sobre o que vi e ouvi nestas comemorações.
A nível oficial fiquei revoltado com a Senhora presidente da Assembleia da Republica por não ter “deixado” a Associação 25 de Abril discursar na casa que deveria ser da Democracia, mas compreendo perfeitamente esta posição, aquela gentinha que está no poder, (não me consigo esquecer que foi eleita Democraticamente pelo meu povo), tem medo de tudo o que esteja ligado á Revolução, até aqui nada de novo, muitos deles ainda são do tempo da Velha Senhora.
Assisti também a nível da comunicação social pluralista e democrática a uma grande tentativa, conseguida, em menosprezar o papel fundamental, na minha opinião é claro, do Partido Comunista Português, mas também da CDE, LUAR, MRPP, dos vários grupos Maoistas, que nos últimos anos de Ditadura conseguiram fazer uma enorme Oposição ao regime Marcelista.
Após o Golpe dos Capitães de Abril, se não fosse a imensa mobilização popular, fruto do trabalho, anteriormente feito por toda a Oposição, e em particular pela grande resistência feita durante décadas pelos Comunistas e aqui gostaria de destacar o 18 de Janeiro de 1934, no caso concreto da Marinha Grande, que ganhou para a luta anti-fascista sucessivas gerações de Marinhenses, que de imediato para a rua vieram celebrar a Libertação do nosso país. Sem esse movimento hoje não teria o prazer de estar aqui a escrever em Liberdade.
O discurso proferido no Carmo por um dos Capitães de Abril, Vasco Lourenço, teve o condão de me fazer uma confirmação, a tudo o que se passou em Novembro de 1975,
Fazer a apologia de que temos que voltar ao tempo de Ramalho Eanes e Mário Soares, o Soares a afirmar que devíamos tudo ao Otelo, e esquecer Salgueiro Maia e todos os outros, foi o que me levou a escrever estas linhas.
Meus senhores não basta, fazer agora discursos inflamados, cheios de revolta, o Estado em que o País se encontra, em muito se deve a todos estes senhores, em Novembro de 75, estiveram do outro lado da minha Barricada e é por isso que os responsabilizo pela atual situação em que nos encontramos.
A luta tem que continuar.

Viva o 25 de Abril