Quando a economia de casino que a especulação financeira alimenta entra em dificuldades, o sistema põe em prática a regra de ouro: socializar os prejuízos. Todos os meios servem: desde a “nacionalização” (como foi feito com o BPN), até à invocação de legislação “antiterrorista” (como Gordon Brown tentou fazer para congelar os activos do ICESAVE na Grã-Bretanha). Mas a solução/padrão na UE é o roubo aos trabalhadores e aos povos comandado pelas troikas.
A recente crise despoletada em Chipre obriga a um esforço de informação. E não é fácil, porque os grandes media fazem com a crise do capitalismo a mesma coisa que fazem com as agressões imperialistas: são parte interessada e cúmplice, e “informam” em função disso.
Por exemplo: em relação à bárbara medida, sem precedentes, de sacar dinheiro aos depositantes dos bancos, grandes ou pequenos, o que destacam em coro esses media? Que se trata de ir às contas onde dinheiro sujo dos “russos” é branqueado. Como se não houvesse abundante branqueamento de dinheiro da mesma origem em outras sedes, em países como a Holanda ou a Grã-Bretanha ou o Luxemburgo. Como se fosse por acaso que duas das quatro maiores firmas mundiais de contabilidade (KPMG e PricewaterhouseCoopers, que não são certamente “russas”) estão instaladas na ilha. Como se o Laiki Bank, agora em maus lençóis, não tivesse como um dos maiores accionistas uma companhia do Dubai. Como se, no fim de contas, esse dinheiro “russo” não fosse hoje parte integrante do sistema financeiro do capitalismo global onde não tem cor, nem cheiro, nem nacionalidade.
Se o Laiki Bank atraía investimentos do exterior com taxas de juro da ordem dos 5%, que diferença faz isso em relação ao que fazia o ICESAVE na Islândia, para onde afluíam vultuosos depósitos oriundos da Grã-Bretanha, por exemplo? A questão é ainda a mesma: os mecanismos que levam o capital a procurar maximizar os lucros na especulação financeira, para compensar a inexorável lei da queda tendencial da taxa de lucro no sistema produtivo. E se os lucros do grande capital se encontram em risco na roleta financeira, avançam as troikas para roubar aos trabalhadores e garantir os bancos.
No “Capital” (Livro 3º, Tomo VI) Marx enumera seis “causas contrariantes” dessa lei. Vale a pena sublinhar quatro delas: a elevação do grau de exploração do trabalho; a compressão do salário para baixo do seu valor; a sobrepopulação relativa; o comércio externo. Relê-las é ler, em síntese, o programa das troikas, que Passos e Portas aplicam de forma fanática e ao qual Seguro garante fidelidade.
A recente crise despoletada em Chipre obriga a um esforço de informação. E não é fácil, porque os grandes media fazem com a crise do capitalismo a mesma coisa que fazem com as agressões imperialistas: são parte interessada e cúmplice, e “informam” em função disso.
Por exemplo: em relação à bárbara medida, sem precedentes, de sacar dinheiro aos depositantes dos bancos, grandes ou pequenos, o que destacam em coro esses media? Que se trata de ir às contas onde dinheiro sujo dos “russos” é branqueado. Como se não houvesse abundante branqueamento de dinheiro da mesma origem em outras sedes, em países como a Holanda ou a Grã-Bretanha ou o Luxemburgo. Como se fosse por acaso que duas das quatro maiores firmas mundiais de contabilidade (KPMG e PricewaterhouseCoopers, que não são certamente “russas”) estão instaladas na ilha. Como se o Laiki Bank, agora em maus lençóis, não tivesse como um dos maiores accionistas uma companhia do Dubai. Como se, no fim de contas, esse dinheiro “russo” não fosse hoje parte integrante do sistema financeiro do capitalismo global onde não tem cor, nem cheiro, nem nacionalidade.
Se o Laiki Bank atraía investimentos do exterior com taxas de juro da ordem dos 5%, que diferença faz isso em relação ao que fazia o ICESAVE na Islândia, para onde afluíam vultuosos depósitos oriundos da Grã-Bretanha, por exemplo? A questão é ainda a mesma: os mecanismos que levam o capital a procurar maximizar os lucros na especulação financeira, para compensar a inexorável lei da queda tendencial da taxa de lucro no sistema produtivo. E se os lucros do grande capital se encontram em risco na roleta financeira, avançam as troikas para roubar aos trabalhadores e garantir os bancos.
No “Capital” (Livro 3º, Tomo VI) Marx enumera seis “causas contrariantes” dessa lei. Vale a pena sublinhar quatro delas: a elevação do grau de exploração do trabalho; a compressão do salário para baixo do seu valor; a sobrepopulação relativa; o comércio externo. Relê-las é ler, em síntese, o programa das troikas, que Passos e Portas aplicam de forma fanática e ao qual Seguro garante fidelidade.